Semana Europeia da Vacinação
Porque devemos vacinar as nossas crianças?
A Organização Mundial da Saúde celebra anualmente a Semana Europeia da Vacinação como chamada de atenção para a importância das vacinas na prevenção de doenças e proteção da vida.
Mas o que é afinal uma vacina?
Uma vacina é uma substância constituída por microrganismos, partes destes ou produtos derivados, que ao ser administrada a um indivíduo, provoca uma resposta imunitária protetora para a doença provocada por esse agente sem, no entanto, provocar essa mesma doença.
As vacinas constituem o maior avanço da medicina moderna e mudaram por completo o panorama das doenças infeciosas nos países desenvolvidos, permitindo salvar mais vidas e prevenir mais casos de doença do que qualquer outro tratamento médico. Para que se tenha a noção da sua importância, basta dizer que foi a medida que teve maior impacto em Saúde Pública, a seguir ao fornecimento de água potável.
Há muitas doenças evitáveis pela vacinação, mas os agentes responsáveis por essas doenças (à exceção da varíola que foi erradicada em 1980) continuam a existir na comunidade, sendo uma ameaça à saúde de todos os que não estão protegidos pelas vacinas.
Cada pessoa não vacinada corre o risco de adoecer e aumenta o risco de transmitir a doença na comunidade. A vacinação deve ser entendida como um direito, mas é também um dever como ato de cidadania na defesa da saúde de cada um e na de todos.
A nível individual, pretende-se que a pessoa vacinada fique imune à doença ou, se isso não for possível, que tenha uma forma mais ligeira dessa mesma doença ao contactar com o agente infecioso que a causa. Na comunidade, pretende-se eliminar, controlar ou minimizar o impacto da doença, sendo necessário que a percentagem de pessoas vacinadas na população seja a mais elevada possível. Essa percentagem, chamada taxa de cobertura vacinal, visa interromper a circulação dos microrganismos entre pessoas, originando aquilo a que se chama “imunidade de grupo”, tão falada agora que nos estamos a vacinar em massa para uma nova doença.
A taxa de cobertura considerada eficaz é variável. Tomemos como exemplo o caso do sarampo que necessita de uma taxa de pelo menos 95% para evitar que o vírus circule entre a população, e que o facto de por várias razões esse valor ter baixado em alguns países, levou a que só no primeiro semestre de 2018 tenha atingido mais de 40.000 pessoas na Europa e provocado algumas dezenas de mortes. Em Portugal, com as excelentes taxas de que nos orgulhamos, os casos de sarampo que tivemos foram esporádicos e todos importados.
A vacinação é um modo seguro e económico de proteger as pessoas - especialmente os lactentes e as crianças mais pequenas - de certas doenças infeciosas. Todos os países da União Europeia têm um programa de vacinação que estabelece as vacinas e a idade em que as mesmas devem ser administradas na infância. O Programa Nacional de Vacinação (PNV) em Portugal foi criado em 1965 sendo gratuito, universal e acessível a todas as pessoas presentes no país.
Na Europa, ainda existem demasiadas crianças que não são vacinadas e que são vulneráveis a doenças potencialmente mortais. Para evitar as consequências graves dessa situação, é importante acabar com os mitos, promover argumentos científicos e assegurar que as pessoas compreendem a importância das vacinas em cada etapa da vida.
É, pois, necessário velar por que cada comunidade esteja não só preparada, como bem informada.
Lina Winckler
(abril de 2021)