Segurança Cirúrgica

Conhece o processo de "cirurgia segura"? Sabe a razão pela qual os profissionais de saúde lhe perguntam o seu nome várias vezes antes de qualquer procedimento? Sabe quantas horas deve ficar sem comer antes de uma cirurgia?

Consulte nos documentos abaixo tudo o que deve saber e como se deve preparar para uma cirurgia programada. Colabore para a segurança do procedimento cirúrgico!

Semana da promoção da segurança cirúrgica, de 9 a 13 de abril de 2018, no âmbito do projeto-piloto nacional “Literacia para a segurança dos cuidados de saúde”.


 

Para que servem as consultas pré-cirúrgicas?

A realização de uma cirurgia passa por quatro fases, sendo a primeira dedicada à consulta de cirurgia, e a segunda dedicada à consulta de anestesiologia, e ambas acontecem antes do procedimento cirúrgico.

Na consulta de cirurgia, o médico irá fazer-lhe a proposta de cirurgia, explicar-lhe o procedimento, e esclarecer as suas dúvidas. O agendamento do procedimento, e o pedido das rotinas pré-operatórias (análises ao sangue, eletrocardiograma, RX de tórax, entre outros) são o passo seguinte.

Segue-se a consulta com o médico anestesiologista, que avalia o estado físico do utente, assim como os seus exames pré-operatórios. Nesta consulta o anestesiologista recolhe ainda outra informação importante, como a existência de comorbilidades (outras doenças), alergias, a sua medicação habitual, e a existência de cirurgias ou anestesias anteriores.

No seguimento desta recolha de informação, é estabelecido o plano anestésico para o procedimento cirúrgico.

Esta consulta é muito importante também porque nela irá receber informação dos cuidados que deve ter antes do procedimento, nomeadamente não comer, beber, chupar rebuçados ou mascar pastilhas nas seis a oito horas antes, assim como não fumar, pelo menos 12 horas antes da intervenção. É-lhe também recomendado quais os medicamentos que deve tomar, e quais deve suspender. Aproveite para esclarecer dúvidas que tenha, pois a sua colaboração e envolvimento são fundamentais para a sua segurança.

Cumpra as indicações do médico anestesiologista. Faça parte desta equipa!


O que devo levar para o hospital quando vou ser operado?

Antes do procedimento cirúrgico, o utente passa pelas consultas de cirurgia e de anestesiologia, seguindo-se a consulta de enfermagem pré-operatória, e é dela que falamos hoje. Esta é também uma etapa muito importante do processo de segurança cirúrgica, uma vez que é aqui que o enfermeiro irá avaliar diversos parâmetros, como a tensão arterial do utente, o seu peso e altura, e o nível da dor.

Nesta consulta o utente recebe também informação sobre o que deve levar para o hospital aquando o internamento: deve fazer-se acompanhar do documento de identificação, e do cartão do centro hospitalar, dos consentimentos informados de cirurgia e de anestesia, que assinou na consulta de cirurgia, dos medicamentos que esteve a tomar nos últimos 15 dias (na embalagem original), e eventuais exames que tenha feito fora do hospital. Lembre-se que os seus medicamentos devem ser entregues ao enfermeiro do serviço – é ele que vai guardá-los e que lhos vai entregar sempre que for necessária a sua toma. É-lhe ainda indicado que leve objetos de higiene pessoal, como escova de dentes, pijama, robe e chinelos. Porém, não deve levar para o internamento quaisquer objetos de valor, comida ou bebida.

Nesta consulta o enfermeiro indica-lhe ainda que deve tomar banho com desinfetante na véspera da cirurgia, assim como retirar o verniz das unhas, se o tiver. Já no dia da intervenção cirúrgica, deve novamente tomar banho com desinfetante, permanecer em jejum, e deixar a prótese dentária, os óculos ou lentes de contacto no quarto.

Consulte os passos do “Processo de segurança cirúrgica” na página de Facebook do Centro Hospitalar de Leiria. A sua colaboração e envolvimento são fundamentais para a sua segurança. Faça parte desta equipa!

Sabe porque é que lhe perguntamos tantas vezes como se chama?

Faz parte do “processo de segurança cirúrgica” confirmar, ao longo das várias etapas, a identidade do utente, assim como outros dados pessoais, para garantir a segurança e qualidade dos cuidados. Isto implica que o utente repita várias vezes, a pessoas diferentes, a mesma informação. Por mais “chato” que seja, é mesmo essencial.
Já no bloco operatório, o utente é acolhido pelo enfermeiro, que procede à dupla verificação de identidade - o que significa que questiona o seu nome completo, data de nascimento, a que vai ser operado, entre outros dados -, e executa a verificação da documentação do processo clínico. Nesta fase, o cirurgião faz a marcação/desenho do local a ser intervencionado. É muito importante que o utente colabore, apoiando este processo de verificação. Para isso é essencial que saiba qual a cirurgia ou procedimento a que vai ser submetido, e qual o local da intervenção. É também essencial que esteja atento e confirme a marcação que a equipa faz, e se está no local certo – por vezes o “desenho” não corresponde ao local exato da incisão, e isso é-lhe explicado.
Depois destes procedimentos, o utente passa, por um transfer, para dentro do bloco. Antes da administração da anestesia, e mais uma vez, a equipa procede à verificação da identidade do utente – para ter a certeza que intervém no local certo da pessoa certa, e confirma de novo consigo se tem alguma alergia. Todo o equipamento é conferido para garantir que funciona corretamente.
Depois, e antes de começar a operar, já com o utente anestesiado, a equipa volta a confirmar o seu nome, procedimento e local da incisão. É ainda verificado o antibiótico a administrar, se for o caso. Os médicos enunciam em voz alta os passos críticos e preocupações. A equipa de enfermagem confirma em voz alta que não existem problemas ou preocupações com o equipamento ou com a esterilização. Dá-se início ao procedimento cirúrgico.
Consulte os passos do “processo segurança cirúrgica” na página de Facebook do Centro Hospitalar de Leiria. A sua colaboração e envolvimento são fundamentais para a sua segurança. Faça parte desta equipa!

O que acontece depois de uma cirurgia?

Depois de uma cirurgia, o utente está fragilizado, pode ter algumas dores ou sentir-se desamparado. Para melhor se preparar para um procedimento cirúrgico, conheça todos os passos da última fase do “processo de segurança cirúrgica”.
Logo após o procedimento cirúrgico, e ainda na sala de operação, o enfermeiro confirma, mais uma vez, o nome do utente e o procedimento que foi feito. Contam-se os instrumentos, as compressas e os corto-perfurantes, e o cirurgião, o anestesiologista e o enfermeiro indicam a informação relevante a transmitir à equipa do recobro, assim como as principais preocupações ou necessidades em relação aos cuidados.
Já na sala de recobro, para onde segue depois da cirurgia e onde é cuidadosamente vigiado, o utente acorda. O ambiente é frio, por isso não estranhe! Para sua segurança, a equipa do recobro faz uma vigilância permanente dos seus sinais vitais, se tem vómitos ou dor, assim como vigia as drenagens e os pensos, até que obtenha critérios de alta para o internamento.
Depois de ficar os dias indicados em internamento, o utente tem alta do hospital. Antes de sair recebe explicações dos cuidados a ter, assim como as receitas que forem necessárias, e a nota de alta - que deverá entregar nos cuidados de saúde primários (centro de saúde). Recebe ainda a indicação da data da consulta cirúrgica pós-operatória.
Consulte os passos do “processo de segurança cirúrgica” na página de Facebook do Centro Hospitalar de Leiria. A sua colaboração e envolvimento são fundamentais para a sua segurança. Faça parte desta equipa!